Esta carta foi escrita para alertar os mais desapercebidos de uma vida com Deus!
Levo ao conhecimento de todo cristão que estou trabalhando muito, e embora me pintem (os homens) de uma maneira muito feia, dizendo que tenho pé-de-pato, rabo, chifres e outras coisas, não sou bem assim.
Se você conhece a Bíblia, sabe bem que eu posso me transformar, inclusive, em um anjo de luz. Na realidade, vou à igreja com mais freqüência do que muitos cristãos. Aliás, é na igreja que tenho as maiores alegrias.
Fico muito contente mesmo, pois vejo que muitos não lêem e nem estudam a Bíblia, e transbordo de alegria quando ouço o pregador dizer que não estudou também. Fico jubiloso quando o pastor está pregando e muitos cristãos deixam seus lugares vazios, porque sei que eles vão encontrar meus companheiros lá fora e não voltam para ouvir a mensagem. Como conseqüência disso ficam fracos na fé.
Que bom! Eu gosto muito de fazer as pessoas se levantarem a todo momento para irem ao banheiro, ao bebedouro ou à cantina. Bem, na verdade faço questão de acompanhá-las para que não voltem. Sou eu quem, na hora do culto, das aulas bíblicas, levo os cristãos a conversarem. Não os deixo ouvir a mensagem, faço cair os livros no chão e forço as pessoas a dormirem no culto. Muitos gostam de rabiscar o hinário e até mesmo as Bíblias.
Outra coisa que me alegra muito, é fazer com que as irmãzinhas chamem a atenção dos irmãos, usando saias curtas, blusas com decote bem maior que o normal; olhando e rindo para eles durante o culto; conversando e rindo enquanto o pregador prega a Palavra; fofocando da vida de outras irmãs, inclusive apontando-as; enfim, todas as formas para chamar a atenção para si, de forma a desviar a atenção de todos na pregação, pois se ouvissem seriam diferentes.
As vezes não deixo muitos entregarem seus dízimos e muito menos suas ofertas para o sustento da igreja. Digo a eles que o seu dinheiro vai ser usado para outra coisa, que o pastor vai comprar roupas, carros e outras coisas para ele e sua família e vai deixar a igreja na mão.
Também quando termina o culto, faço as pessoas esquecerem suas Bíblias, hinários, bolsas e outros objetos. Isso para irritá-las e não permitir que leiam nada na Bíblia em casa. Veja como eu atuo na igreja e me preocupo mais do que muitos cristãos. É até crime dizer que sou preguiçoso, não acham?
Veja só: levo as pessoas a ficarem frias e sussurro nos seus ouvidos coisas que me ajudam muito. Por exemplo:
Você está muito cansado, não tem condições de ir á igreja; as campanhas de evangelismo são muito longas e cansativas; é conveniente que não saia com folhetos para distribuí-los, é vergonhoso e humilhante, ninguém vai aceitar, é melhor passear, ir ao cinema, ao teatro e outras coisas mais.
Participar de uma reunião evangelística e trabalhos de libertação são coisas daqueles conservadores e radicais. Outra coisa, cura divina não existe, é ilusionismo, não creia nos pastores que pregam isso. A doença é provação divina. Não cante nem se alegre na igreja, o que importa é o interior.
Para terminar, meus caros cristãos, devo dizer-lhes que fico muito feliz quando visito sua igreja, porque quando chego lá você sempre me dá oportunidade para que eu faça alguma coisa.
Fico triste, apenas quando vejo a igreja cantar. Lembro-me que fui o primeiro maestro, por isso me orgulhei e quis ser igual a Deus. Daí ter sido derrubado, perdendo os meus privilégios no céu.
Hoje, na igreja, a música é o que mais odeio, porque sei que nunca mais vou poder dirigir uma congregação cantando. Por este motivo meto minha colher enferrujada no meio da igreja para que não cantem.
Bem, a medida que você quiser me dar uma oportunidade, eu agradeço, antecipadamente, porque estou sempre presente. Sem mais, por hoje é só. Aqui me despeço, deixando um abraço de toda minha família infernal.
Do seu inimigo certo, nas horas incertas.
satanás
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